quinta-feira, 15 de maio de 2008

Patinha ;P



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Natasha

Dezessete anos e fugiu de casa
Às sete horas na manhã do dia errado
Levou na bolsa umas mentiras pra contar
Deixou pra trás os pais e namorado
Um passo sem pensar
Um outro dia, um outro lugar.
Pelo caminho garrafas e cigarros
Sem amanhã por diversão roubava carros
Era Ana Paula agora é Natasha
Usa salto quinze e saia de borracha
Um passo sem pensar
Um outro dia, um outro lugar.
O mundo vai acabar
Ela só quer dançar
O mundo vai acabar
Ela só quer dançar, dançar, dançar.
Pneus de carros cantam
Thuru, Thuru, Thuru, Thuru
Tem sete vidas
Mas ninguém sabe de nada
Carteira falsa com idade adulterada
O vento sopra enquanto ela morde
Desaparece antes que alguém acorde


Thuru, Thuru, Thuru, Thuru

sábado, 19 de abril de 2008

Minhas amigas - Nando Reis



-No dia que você me deixou
Meu coração ficou abalado
Jamais eu tive um dia na vida assim
Que me deixasse tão acabado
Se não fosse as amigas que que eu posso contar
Não sei o que seria de mim
pois quem tem amigas não chora sozinho
sem elas seria meu fim
Amigas que eu trago no meu coração
Que nunca me deixam sentir solidão
Sandra, me beijou com seus labios da cor de pitanga
Beatriz, desenhou na louça flor com um giz
Aparecida, nos teus ombros eu chorei mais ainda
Tereza, me deu jantar, café depois sobremesa
Samantha, cobriu meus pés no crouchê de uma manta
Regina, me empurrou do trampolim pra piscina
Ana Luiza, me mandou que eu vestisse a camisa
Isabel, abriu as portas do céu pra que eu pudesse entrar, e eu entrei
Mas hoje que você ja se foi meu coração esta bem mais calmo
jamais pensei que um dia a vida assim
pusesse esse alguém do meu lado
se não fosse sua amiga eu iria contar
mas acho que prefiro assim
pois essa sua amiga não esta mais sozinha
agora esta perto de min
Amigas que eu trago no meu coração
Que nunca me deixam sentir solidão

sexta-feira, 18 de abril de 2008



-
Eu nunca disse adeus(capital inicial)

Eu não sei o que eu to fazendo mas tenho que fazer
Naquela noite que eu te conheci eu acho que nunca vou esquecer
Um momento quase perfeito inocente em seus defeitos
Tudo que é bom dura pouco e não acaba cedo

Agora pra sempre
foi embora mas eu nunca disse adeus

Eu disse vamo embora to meio tonto
Preciso respirar lá fora
Me leve para sua casa
Eu quero dormir onde você mora
Eu passando mal e você ria
Tanto barulho eu não entendia
Mas concordava sem saber
Com tudo que você dizia

Se me pedisse pra pular de um prédio
Eu diria sim
Qualquer coisa pra você gostar de mim
Agora pra sempre
foi embora mas eu nunca disse adeus
Agora pra sempre
foi embora mas eu nunca disse adeus

Eu perdi o rumo e comecei a delirar
Acho que prometi até parar de beber e de fumar
De repente a noite acaba e todo mundo some
Eu me lembrei que eu esqueci de perguntar o seu nome
Sem endereço nem direção por onde começar
Qualquer coisa pra poder te encontrar

Eu não como eu não rio
Eu não sei o que é adormecer
Me desculpe se eu fechar os olhos
Desaparecer

Agora pra sempre
foi embora mas eu nunca disse adeus
Agora pra sempre
foi embora mas eu nunca disse adeus

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Dudão. #)




Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo sempre a cantar as coisas lindas da América
Não era belo mas mesmo assim havia mil garotas a fim.
Cantava Help and Ticket to ride, oh! Lady Jane and
Yesterday
Cantava viva à liberdade, mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra o separou, fora chamado na América.
Stop! Com Rolling Stones, stop! com Beatles songs.
Mandado foi ao Vietnã, lutar com vietcongs.
Tatá-ratatá...

Era um garoto que como eu amava os Beatles e os
Rolling Stones
Girava o mundo mas acabou, fazendo a guerra do Vietnã
Cabelos longos não usa mais, não toca a sua guitarra e
sim
Um instrumento que sempre dá a mesma nota ra-tá-tá-tá
Não tem amigos, não vê garotas, só gente morta caída
ao chão
Ao seu país não voltará, pois está morto no Vietnã.
Stop! Com Rolling Stones, stop! com Beatles songs
No peito um coração não há, mas duas medalhas sim.

Tatá-ratatá...
Ra-tá-tá-tá tá-tá

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Camilinha #)


Eduardo e Mônica - Legião Urbana

Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
Noutro canto da cidade
Como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse
- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
- Eu não tou legal, não agüento mais birita
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
- É quase duas, eu vou me ferrar
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes
Do Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda estava
No esquema "escola, cinema, clube, televisão"
E, mesmo com tudo diferente
Veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro e artesanato e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Em que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz
Construíram uma casa uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação
E quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?